Brooklin & Berrini

www.emcondominios.com.br 03 EDITORIAL O barco da humanidade, bem ou mal, con- seguiu chegar ao século vinte e um da era cris- tã. Por que a denominamos era cristã? Porque, para aqueles que crêem, foi há dois milênios que Jesus Cristo esteve entre nós. Desde en- tão, ano após ano, na época da Páscoa, come- mora-se no mundo cristão o que se conven- cionou chamar de ressurreição de Jesus Cristo. Durante a semana que precede o domingo de Páscoa as igrejas apresentam em vários rituais os fatos que teriam precedido a Sua crucifica- ção e ressurreição. É, como se vê, um período que representa um dos fatos mais marcantes da história religiosa da humanidade, que exigi- ria dos que crêem, (aparentemente eles repre- sentam a maioria da população) uma postura de muito respeito, levando-se em conta o que Ele nos legou como ensinamento e exemplo de vida. Depois desse modesto preâmbulo, vamos ao ponto nevrálgico desta crônica, ou seja, à forma como a nossa civilização (que se diz re- ligiosa) tem comemorado esse dia. Afinal, o que estamos comemorando? O dia da ressur- reição daquele a quem muitos consideram o próprio Deus encarnado, ou o dia do ovo de chocolate? Continuemos nossa análise, soli- citando aos leitores, primeiramente, que nos perdoem por essa comparação de mau gosto. Todavia, se prestarmos atenção à produção de ovos de chocolate (consomem-se milhares de toneladas a cada ano, o que deixa a indústria chocolateira cada vez mais feliz) concluiremos que a festa da Páscoa, assim como o Natal, já não têm nenhum sentido espiritual. Ano após ano os canais de televisão reprisam os surrados filmes sobre “vida de Jesus”. Neles, pouco ou nada se vê daquilo que efetivamente foi Sua missão no mundo, ou seja, trazer uma men- sagem de fraternidade, de perdão e de amor. Esse quadro negativo e materialista cresce ano após ano. Dia virá – se é que ainda não veio – em que as gerações mais novas – por culpa da nossa, que faz questão de ser religiosa apenas de fachada – associarão o domingo de Páscoa, não a Jesus, mas sim, aos ovos de chocolate, porque o verdadeiro sentido da Páscoa esta- rá totalmente apagado das tradições da nossa civilização. Essa conduta lamentável tem uma razão clara: as pessoas estão afastadas da ver- dadeira espiritualidade e perigosamente pró- ximas de um materialismo quase patológico, que as empurram cada vez mais para o esque- cimento de sua origem espiritual. Em tempo: Não há erro em degustar um bom ovo de chocolate, desde que não esque- çamos o que estamos comemorando! Boa Páscoa para todos! Luiz Santantonio – ruralnews@uol.com.br ESTAMOS NA PÁSCOA; ENTÃO O QUE VAMOS COMEMORAR?

RkJQdWJsaXNoZXIy ODE3ODU=