Lodz e Le Havre - Vila Leopoldina
EDITORIAL VIVER DE CABEÇA PARA BAIXO, É POSSÍVEL? Qualquer pessoa ra- zoavelmente equilibrada responderá que não. No entanto, negar essa possi- bilidade a priori, demons- tra o quanto estamos dis- tanciados da realidade, porque, ainda que nos pa- reça um absurdo: vivemos de cabeça para baixo. Se houver dúvida basta analisar o tumulto que nos circunda. Como exemplo, lembrando que atravessamos uma pe- rigosa pandemia. As autoridades médicas nos aconselham por todos os meios, a seguir regras simples a fim de evitar a expansão do vírus. E o que uma grande maioria (que vive de cabeça para baixo) faz: rele- ga para o esquecimento todos os perigos existentes, e acintosamente, provoca autoridades e vive como se nada houvesse: adeus máscaras, aglomerações etc. Como compreender as pessoas diante de tamanha desobediência? Desobediência que facilmente nos mostra que se vive de cabeça para baixo, não? O que na verdade desejo com essa amos- tra grátis, é colocar o leitor diante de um quadro social muito mais gra- ve, que infelizmente passa batido diante das luzes hipnóticas da estra- nha magia dos shoppings, e outras fantasias modernas que invadem nossa vida com tal poder de sedução que viver sem os pés no chão converteu-se no que consideramos normal para os farrapos em que assentamos nosso viver. Dizer que entramos no século 21 pouco ou nada significa, dele não se espera muita coisa, a não ser, salvo engano, que iniciemos uma reviravolta em nossa conduta mudando o rumo, encorajando-nos a mo- dular com consciên- cia e responsabilidade nossa posição no re- banho consumista em que o mundo se trans- formou, como também criar uma visão de vida digna do século 21 É inconcebível que tudo que o século 20 nos deu não seja aprimorado a fim de propiciar es- perança para este (por enquanto infeliz) século 21. Está mais do que na hora de movimentar nossa cabeça para o lado certo, renegando, por imprópria, a pos- tura anterior “de cabeça para baixo”. Não podemos fazer tudo, sei disso, mas alguma coisa, com certeza, podemos. Com um pouco de coragem e determi- nação (apanágio de nossa humanidade) “reposicionaremos” definitivamente nossa cabeça e caminharemos adiante para construir o século 21! Luiz Santantonio santantonio26@gmail.com
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