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ANO NOVO, VIDA NOVA?

Editorial-janeiro-2022

Desde que me conheço por gente, é o que as pessoas repetem, sem se darem conta, que são apenas palavras repetidas mecanicamente ano após ano. Nós, seres inteligentes, ainda não percebemos que tudo na natureza, se modifica; ora, dentro desse tudo, qual tem sido nossa posição? O ano de 2022 representa um novo passo na nossa vida, porque bem ou mal conseguimos chegar vivos apesar da covid. Essa modesta vitória, com certeza deve nos fortalecer para, ainda que inconscientemente, pusemos em prática a necessidade de lutar. Compreender que essa pequena vitória ainda não representa o grande sonho que permita nos entregar às ilusões da vida sem pandemia exige que desta vez as palavras que outrora eram apenas palavras transmudaram-se em coisas reais, ou seja, uma vida nova. Para a maioria, que faz questão de viver uma vida irreal, criar uma vida nova é algo impensável, sabem por quê? Porque nós somos inocentes, não fazemos mal a ninguém, blá, blá, blá. Ora, se nos julgamos inocentes, não há o que mudar. Então por que em nossos cumprimentos fazemos questão de augurar a plenos pulmões: “ano novo, vida nova”. Algo dentro de nós está inconformado com a essa forma de viver; isso parece evidente, não? Eu sempre acreditei que o mundo (nós) haveria de mudar; que a humanidade se cansaria de viver no escuro sem nunca encontrar o lugar mágico onde estaria oculta a tão distante e inacessível felicidade. Afirmei no início que tudo se movimenta, que o tempo passa, e com ele o passado se esvai dando lugar permanentemente à germinação de novas flores e novos frutos: em síntese, a novas vidas. Se assim é pergunto: será que não haverá, como simples lógica, o florescimento de um novo ser de tempos em tempos? Nós humanos somos diferentes do restante da criação? Repare leitor(a), você é hoje igual ao que foi anos atrás? (esqueça o exterior e busque lá dentro, na tentativa de uma análise em seus sentimentos). A palavra mudança, provoca nossa mente a vagar por inúmeras situações que desfilam diante de nossos olhos, sem, contudo, acionar a necessidade de mudar (somos inocentes, lembra-se?) Esse afastamento do que significa mudar é exatamente onde reside nossa incomensurável ignorância. Temos que aproveitar a entrada de um novo ano, deixar de lado o passado e iniciar o novo, pesquisando pacientemente os porquês de nossas frustações e descontentamentos; abandonar de vez essa esfarrapada desculpa de que nossa infelicidade se deve a terceiros ou a castigos divinos, ignorando como é de nosso hábito a causa que nós criamos, o verdadeiro autor, aquele a quem cabe a origem de tudo, (desculpem-me repetir) somos nós, os inocentes, sempre e sempre! mais ninguém.” Ano novo, vida nova”. Como? Será leitor, que ainda não nos cansamos de mentir para nós mesmos? Se é para continuar nossa vida mergulhados nas mesmas mentiras, melhor que nos calemos e deixemos o bonde passar. Analise comigo para que possamos juntos ensaiar o primeiro passo em direção a uma vida nova abraçados ao novo ano. 2021 acabou, e nós contra todas as más expectativas estamos vivos e saudáveis; vencemos o Covid, porém precisamos perseverar nos cuidados recomendados pela Ciência. Essa pequena vitória não foi fácil, mas revelou algo muito importante: nós não somos tão fracos quanto imaginávamos. Pois bem: essa fase, bem ou mal foi vencida, o ano que ora desponta é um marco pontilhado de novas lutas, que exigirão novas forças; é mister que estejamos preparados para nos desvencilhar do passado e nos tornar novos seres, diferentes, mais humanos, mais nobres pela aplicação das qualidades espirituais que jazem inertes em nosso interior, imaculadas e desconhecidas. Se de fato aceitamos que o novo ano significa vida nova, a hora chegou. Minha filosofia leitora(a), (você já a conhece, creio) é acreditar incondicionalmente que todos somos irmãos, portanto, absolutamente iguais. Eis, “de mão beijada” a oportunidade tão esperada para mudar; fuja do pessimismo, saiba valorizar-se, e por fim, abstenha-se de proferir como ditam os maus costumes que ora abominamos, de utilizar expressões “clichês” sem nenhum lastro nos verdadeiros sentimentos de fraternidade. Término desejando, confiante, felizes anos novos a todos!

Luiz Santantonio
santantonio26@gmail.com