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A Flor, a Abelha e a Vida

editorial-maio-24

A exemplo de um avião que, ao atravessar turbulência forte, às vezes, causa medo, assusta, dá sensação de total impotência e de que tudo pode acabar num repente, num átimo, porém passa e a vida continua, assim também tenho enfrentado período de turbulência com minha saúde e de alguns familiares, procuro manter a serenidade, a confiança de que esse período passará e seguirei ao encontro do centenário, acompanhado da família, parentes e amigos.
A carruagem que me conduz nessa direção é puxada pelos cavalos da esperança, da fé e da gratidão.
Aprendi há muito tempo – e pratico – que não devemos colocar nossa vida dentro de coisas ruins que possam nos acontecer.
Em virtude desse momento, ando introspectivo, silencioso, pouco tenho papeado com as amigas Folha Branca e Caneta.
Por falar nelas, sinto um leve cutucar na minha mão, olho e são as distintas a sussurrar bem baixinho, em seu mutismo eloquente:
“Ei, Vilela, aproveita e fale um pouquinho sobre o contido na foto. “
Um leve sorriso meu foi o modo de dizer a elas que sim, né, amigas.
Gosto muito de andar no meio rural, na mata e, no silêncio natural do ambiente, escutar os diversos sons: a brisa suave balançando a folhagem das árvores, o marulhar de um pequeno riacho, o canto dos pássaros e passarinhos e tentar ouvir o som mais profundo do silêncio, este reservado aos místicos e poetas.
Em virtude do meu momento presente, não mais desfrutei desse encanto, onde a paz e o equilíbrio caminham de mãos dadas.
Há mais de trinta dias recebi de minha amiga Ana, que só conheço virtualmente, uma foto e um pequenino vídeo registrando momento singelo e de rara ternura de uma abelha colhendo néctar para sua colmeia.
Enquanto o balseiro Caronte não vem me buscar, pretendo agir como uma abelha operária em prol do próximo.
Numa imagem poética livre de um nefelibata, ponho-me a sonhar que a humanidade poderia ser uma grande colmeia, sendo a mãe-terra nossa rainha e todos nós, humanos, abelhinhas operárias, cuidando com carinho, desvelo e afeto de nossa rainha, evitando o desmatamento, a poluição de todos os tipos e laborando para que todos os membros da colmeia-humana possam ter abrigo, alimento, saúde, paz e harmonia.
Para que esse sonho caminhe para ser realidade caberia a cada um de nós sair da zona de conforto, combater o consumismo predatório, o egoísmo exacerbado e que nosso olhar e percepção sejam tocados pelo espírito do desapego, valorizando o coletivo, como as abelhas.
Um poeta já disse que um sonho sonhado sozinho é apenas um sonho, mas sonhado junto começa a ser realidade. Então, bora sonhar juntos?
Queijos

José Vilela Sobreira Sobrinho
ruralnews@uol.com.br