O vidro é um dos mais antigos materiais de construção, utilizados pelo homem. Foi usada em Pompéia pelos antigos romanos. Na era contemporânea, os vidros laminados, classificados como de segurança, são os mais conhecidos. Eles possuem duas, ou mais camadas, unidas fortemente por PVB (polivinil butiral), comumente usadas nos vidros frontais dos autos. A camada de PVB também auxilia a redução dos sons.
Existem ainda os temperados e os aramados. Os primeiros recebem um tratamento térmico que confere uma resistência maior aos vidros; os segundos têm embutido uma tela metálica, a qual impede que sua quebra forme guilhotinas com seus pedaços. Por fim, existem também vidros temperados laminados.
Os impactos dos acidentes que envolvem esses vidros poderiam ser menores, caso alguns cuidados fossem tomados em sua instalação. Nas edificações, por exemplo, seria imprescindível que as portas contassem com vidros de segurança (laminados, temperados, ou aramados), conforme manda a norma brasileira. Segundo a NBR 7199/89, é obrigatório o uso de vidros de segurança em balaustradas, parapeitos, sacadas, vitrines, claraboias e telhados, em vidraças não verticais sobre passagens, em vidraças que dão para o exterior e não possuem proteção adequada (até 10 metros do piso, no caso de pavimento térreo, e 0,90 m para os demais casos).
Na verdade, recomendamos que todos os andares de uma edificação possuam vidros de segurança, materiais esses que poderiam, preventivamente, passar pelo teste Heat Soak (ainda não obrigatório no Brasil). É um teste de envolvimento em calor, processo que pode “explodir”, ou estilhaçar o vidro temperado, mesmo que não tenha havido choque mecânico. Ele revela se materiais utilizados em portas, janelas e boxes de banheiro são, ou não resistentes, se estão projetados para evitar estilhaçados e, assim, não produzir resíduos que sirvam de guilhotina, as quais causam vários ferimentos, alguns com gravidade e até risco de vida.
Outra orientação importante é que os caixilhos sejam, periodicamente, verificados quanto à sua estabilidade e também para se detectar a presença de vidros deslocados, ou quebrados. Sua queda pode provocar acidentes e atingir as pessoas nos andares mais baixos, inclusive no térreo.
O vidro é classificado como líquido, só que com viscosidade muito alta. Tanto o vidro comum (float) como os demais devem respeitar uma espessura de acordo com o vão que serão colocados, indicação essa que, juntamente, com as anteriores, ajuda os síndicos e gestores prediais a programarem a revisão e manutenção desse importante componente do sistema construtivo.
Roberto Boscarriol Jr. – boscarriol@pbr.com.br
Graduado em Engenharia pelo Instituto Mauá de Tecnologia. Formado em 1972, atua desde essa época na área da Construção Civil
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