Vocês não imaginam a minha felicidade quando recebi esta pauta: o poder de cultivar em família, eu te amo!
Isto remete a minha infância quando meus pais repetidas vezes falavam: filhos, nós te amamos. Parece piegas, mas este foi um dos ensinamentos mais significativos da minha vida. Lembro que os almoços festivos – e eram muitos, pois sou do interior de São Paulo – onde as famílias, amigos e vizinhos se reúnem para todos os tipos de festas, e algumas lembranças permanecem na minha mente, como a surpresa do que estaria escrito num pedaço de papel embaixo do prato.
Minha mãe tinha este hábito. Quando não conseguia falar, escrevia, e meu pai, pela sua letra caligráfica, na qual confesso que adorava exibir a forma da sua escrita – isto mesmo o desenho das letras – nestas frases, sempre apunha o “Eu te amo” que era emblemático. Quanta alegria nestas lembranças!
Atualmente tenho dois programas de rádio, um pelas manhãs e outro bem tarde da noite, desta forma, falo com muitas pessoas e trato meus ouvintes, minhas pacientes, clientes, nos inúmeros emails que respondo ou por intermédio das redes sociais e outras tantas mensagens pelo “WhatsApp” – bendita tecnologia que otimiza nosso tempo de resposta – como meus amados e minhas amadas.
A falta de amor, principalmente em família, tem gerado muito desentendimento e sofrimento, pois quando somos e sentimos que nos amam, nossas defesas se acalmam, ouvimos melhor o outro e nossas respostas passam ser mais assertivas e afetivas.
Mas porque será que não dizemos eu te amo para o pai, mãe, avó, irmão, filho, sobrinho?
Eu digo!
Como terapeuta de família poderei enumerar múltiplas questões, mas para você, somente você, pergunto: porque você não diz? O que te fez parar de dizer? Quando foi a última vez que você disse tal frase? Será que esta frase ficou restrita aos casais apaixonados ou ao dia dos namorados? Ou quando desejamos alguma coisa? Passou o amor a ser uma moeda de troca? Ou de arrependimento? Algumas teorias falam da lei da compensação, será?
Mesmo em família, já ouvi de muitos jovens afirmar que não dizem porque nunca entenderiam esta colocação ou ainda, que não faz sentido.
Minha resposta é que não faz sentido porque neste caso não existe uma memória positiva, dado que muitos pais não conseguem esta aproximação carinhosa dos filhos e muitos deles são exageradamente controladores com esta manifestação. Então onde está o ponto de equilíbrio?
Amar e demonstrar amor, sem pedir nada em troca, sem a fala inconsciente: fiz tudo por você e é isto que recebo? Volto a dizer: fez porque quis, porque optou por serem pais.
Amor que não se pede…., já dizia a canção. De fato, amor não se pede. Se recebe e se dá.
Quando falo com adolescentes apaixonadas, mulheres traídas e todo este contexto na família, questiono onde está o amor próprio: quando perdemos ou será que nunca tivemos?
Então, pais de filhos pequenos e casais que desejam ser pais, não esqueçam que o legado mais importante é o amor. Proporcionem por meio do amor dado nos primeiros anos, as esperanças de passos seguros para a juventude, poupem seus filhos de discussões e falta de amor.
Valorização é uma construção. Tanto se fala hoje em autoestima. O que é autoestima para você? Será que se tornou apenas uma ferramenta de auto ajuda? Acredito que o amor nos liberta e nos torna mais confiantes. Então se você deseja ser amado, primeiro ame-se e cultive o “Eu te amo” como um mantra profundo de bons votos!
Lelah Monteiro
Fisioterapeuta,Sexóloga,Educadora sexual(Kaplan),Terapeuta sexual(USP),
Psicanalista,Coaching de vida íntima,apresentadora do quadro de sexualidade:
Sexo,imaginação e fantasia,nas manhãs da Globo,Rádio Globo AM 1100kHz SP.
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