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Até que a morte vos separe, já era?

setembro-2015-editorial

Essa expressão tornou-se conhecida por muitas gerações de casamenteiros porque fechava o procedimento dos Sacerdotes católicos na cerimônia religiosa católica. Como se sabe, até hoje, uma grande maioria de casais gostam de se exibir, casando na igreja. Todavia, a verdade é a seguinte: o casamento na época presente é uma instituição falida, e para isso não é necessário consultar psiquiatras nem gurus; basta olhar atentamente como vivem os casais.
Todos, antes de assumir esse compromisso, (presume-se) conviveram algum (ou muito até) tempo juntos. O casal vive hoje sem nenhuma restrição, não precisando aguardar o casamento para viver intimamente. Já se vive hoje como casados, faltando apenas o menos importante, como se diz: “o papel”.
Analisemos para tentar encontrar alguma resposta que nos esclareça porque, apesar de haver a possibilidade de conhecer o futuro cônjuge, a vida útil do casamento é cada vez mais curta? Infelizmente, não há uma pesquisa profunda a respeito dessa aparente contradição. Vejamos:
Antigamente, os casais, por mais conflituosa que fosse a vida conjugal, por conta do temor religioso, “seguravam as pontas” e viviam vida infernal, sem prazer, nem alegria e muito menos com a tal “felicidade”. Quantos casais viviam vida de prisioneiros, curtindo uma infelicidade sem fim. Hoje, esse temor acabou: o casal quando chega a conclusão que a coisa não vai, toma o caminho da separação, rompendo o círculo vicioso do sofrimento. A humanidade finalmente apelou para a razão e rompeu com o entendimento passado e construiu uma estrada de liberdade para ser feliz; …e conseguiu? Não! O status quo manteve-se inalterado: raramente se vê casamentos felizes; o “troca-troca” continua mais rápido, indicando que o valor que se dá a um ser humano é o mesmo que se dá a qualquer bugiganga eletrônica: hoje lindo; amanhã fora de moda.
O que impede, afinal, de duas pessoas vivam bem, se entendam; afinal pertencem à mesma categoria, isto é, são humanos! O leitor se surpreenderá com a resposta, porém, analise-a com vagar, utilizando a própria vida como exemplo. A dificuldade de as pessoas se comunicarem reside num fato simples: O tipo de vida que construímos movimenta-se de forma contraditória; há duas forças em conflito: uma externa e outra interna; explico: Você. Tentando fazer as pazes com sua mulher, concordou em visitar sua sogra no próximo fim de semana (a sua parte externa); à medida, porém, que o fim de semana se aproxima, o seu interior vai se revoltando contra a ideia e acaba por provocar uma revolta interior, com as consequências conhecidas. Afinal quem é você? O amigo, que concordou, ou o inimigo que está de arma em punho? Esse fato, com certeza é simples demais para demonstrar a dupla que nos comanda, no entanto é um modelo fácil para chegar ao fundo de nosso espírito. Ora, quantas situações têm que ser enfrentadas no dia a dia entre o casal, p. ex.,em que o interior dos cônjuges não seja um campo de batalha, pronto a derrotar o inimigo? Isso, afirmo, não pode e não deve ser considerado casamento. E, no entanto, é o que ocorre à nossa revelia; no nosso desinteresse em criar uma união entre dois seres. O que se vê, de um modo geral, é uma involução generalizada neste nosso pobre e infeliz planeta (pobre e infeliz pela condução desastrada de seus habitantes).
Luiz Santantonio
santantonio26@gmail.com