Em função da grande quantidade de pedidos, relacionados ao Dia das Crianças, muitos pais questionam se estão educando, corretamente, as crianças, focando isso na questão financeira, isto é, se essas estão, ou não, se tornando, excessivamente, consumistas. Infelizmente, é muito difícil saber quando isso ocorre, principalmente, porque nós mesmos, muitas vezes, não sabemos lidar com o dinheiro de forma sustentável.
Para os pequenos isso se agrava ainda mais, pois eles estão cada vez mais expostos a um mundo publicitário que objetiva que cada vez mais se queira consumir mais, que fazem com que fiquem “hipnotizadas” e acabem querendo ter tudo o que vem pela frente, e isso sem contar a influência de amigos. Mas, como saber quando uma criança, realmente, está se tornando consumista?
É normal que as crianças sintam desejos das coisas que observam, mas é importante que se tenha em mente que grande parte desses desejos são imediatos, ou seja, passageiros. A situação começa a ficar complicada quando o filho acha que tem a necessidade de tudo que vê na televisão, ou em vitrines e, quando não conseguem, fazem birra.
Outro ponto que demonstra consumismo é quando as crianças recebem mesada e não conseguem passar o mês com o que ganham, passando a pedir mais dinheiro. Há também o caso de quando elas ganham um presente e logo deixam de lado, quebram, ou esquecem em algum lugar. Se isso está ocorrendo, já é a hora de repensar a educação financeira de seus filhos.
O primeiro passo é encontrar aonde nasce esse problema, e a maioria já irá, rapidamente, falar que a culpa é da TV, ou do marketing publicitário. E isso é um grande erro, por mais que possa se auferir a esses uma parcela de culpa, os maiores responsáveis pelos comportamentos futuro dos filhos sempre serão os pais.
Herdamos os hábitos de nossos pais e não é diferente com nossos filhos, eles são, em grande parcela, reflexos dos costumes que criamos, ao longo de nossas vidas. Por isso é preciso combater a verdadeira causa desse consumo, não consciente. Mas, como fazer para educar financeiramente os filhos? O primeiro passo é buscar se aperfeiçoar sobre o tema, sem dúvidas, nós adultos temos que buscar pelo conhecimento do letramento financeiro.
Mas, além dessa preocupação, os pais também tem importância nas influências externas, nesse caso, devem limitar ou controlar o acesso das crianças às mensagens publicitárias e conversar com eles sobre os temas e desejos, também observar com quem as crianças estão se relacionando e como isso está influenciando. Isso, certamente, evitará que elas façam parte de um grupo de pessoas endividadas na fase adulta.
Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira e da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), autor do lançamento Mesada não é só dinheiro, além da coleção didática de educação financeira para o Ensino Básico, adotada em diversas escolas do país.
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