Em meio à crise que passamos que não apresenta expectativa curta de fim, é claro que as crianças percebem que algo está errado, e aí fica a pergunta para os pais: Como falar sobre o tema com as crianças de uma forma que haja entendimento?
Inevitavelmente, esse tema deve ser abordado, até mesmo para que não ocorra entendimento errado, nem mesmo preocupações exacerbadas dos pequenos. Mas, quando isso deve ocorrer? Mesmo que partir dos 3 anos a criança já tenha discernimento para compreender as movimentações que acontecem ao seu redor, para essas é muito prematuro abordar esse tema.
Mas, é importante trabalhar outros pontos entre a idade de 3 a 6 anos, principalmente, o consumismo, pois nesse período a criança não consegue postergar desejos, tudo o que vê quer comprar e não estabelece relação entre dinheiro e compra de bens. É fundamental estabelecer limites para os pequenos, sendo, até mesmo, enérgicos.
Já, a criança de 7 a 12 anos é capaz de compreender o que ocorre no meio e já lida de maneira revogável com as perdas. Nessa idade já é possível estabelecer relações entre o dinheiro, ou a falta dele, o trabalho, as despesas e as aquisições, dentro do padrão de vida que está inserida. Assim, uma conversa mais franca já deve ser pensada. Mas, sempre focando em objetivos para vencer a crise é interessante.
É importante mostrar a gravidade do momento e a necessidade de cortar gastos excessivos que ocorriam, mas sempre focando no sonho, pois, caso contrário a compreensão do momento poderá ser muito temerosa. Recomento que não busque a simples definição do termo crise, mas sim, suas características e consequências.
Mas, cuidado, pois devido à dificuldade do tema é necessária muita atenção e, principalmente, mostrar naturalidade perante o assunto, não associando o momento às respostas agressivas que ocorrem por parte da sociedade, pois o papel como pai é criar jovens capazes que interpretarem o mundo que vivem e tomarem suas próprias conclusões.
Reinaldo Domingos é educador e terapeuta financeiro, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), DSOP Educação Financeira, Editora DSOP, autor do lançamento do livro Mesada não é só dinheiro – Conheça os 8 tipos e construa um novo futuro e do best-seller Terapia Financeira.
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