Todo mundo fala sobre a necessidade de mudanças em relação às finanças para 2016. É sempre a mesma conversa de economizar, pagar as dívidas e por aí vai. Contudo, neste período de reflexão, gostaria de fazer um questionamento: qual o propósito disso tudo? Isso mesmo, pois vejo as pessoas falando de dinheiro e essas se esquecem do primordial, que é a finalidade que esse deverá ter na vida das pessoas, que é o que realmente possibilitará uma mudança em relação à forma com que trata o dinheiro e de como consome. Muitos falarão: como pensar em propósito, pois passamos por um momento de crise e temos primeiro que pensar em sobreviver.
Entendo esse pensamento, mas, não concordo, pois ele é apenas uma “muleta” como milhares de outras, que utilizamos, durante nossa vida e que nos impede de, realmente, prosperar. Dinheiro não deve ter apenas a finalidade de sobrevivência, mas, primordialmente, realizar sonhos materiais. Assim, antes de qualquer coisa, para 2016 e para enfrentar a crise, para e pense, quais os seus propósitos, ou sonhos a serem realizados com o dinheiro que irá poupar.
Ao definir estes objetivos, o próximo passo é planejar a realização e, para tanto, chega a hora de cortes, lembrando que a crise deverá ser um fiel da balança neste momento, pois, com ela os cuidados deverão ser ainda redobrados e a busca por readaptação do consumo, muito maior. Ocorre que passamos, até dois anos atrás, por momentos de euforias, onde boa parte das pessoas acreditava que poderiam consumir o que quisessem, ledo engano.
Isso foi culpa de vários fatores, como o de muita publicidade que propagava que uma nova classe média, que poderia realizar todos os sonhos. Contudo, os maiores erros, e que muito alertei, foi a falta de preocupação com a educação financeira dessa parcela da população, que mostraria para essas pessoas que poderiam, sim, consumir, mas dentro de um propósito prévio, sendo assim, sustentável e ocorrendo um planejamento para o futuro.
Hoje, com a recessão, muitos pagam o preço dessa despreocupação, por parte das pessoas e dos governantes. Contudo, não há motivo para desespero, muito pelo contrário, acredito que a crise possa ter vindo para passar uma lição positiva para as pessoas. Mostrando que elas podem tomar o controle de suas vidas financeiras, reajustar os gastos, pagar as dívidas (caso as tenha) e, principalmente, se planejar para realizar seus sonhos e propósitos, respeitando o tempo que é necessário para isso e não mais agindo por impulso.
Reinaldo Domingos é educador financeiro, presidente da Abefin e da DSOP, autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Mesada não é só dinheiro, dentre outras obras.
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