Andar com fita métrica na bolsa, contar as calorias de tudo que come, pesar-se várias vezes ao dia, deixar de ir a festas, jantares e almoços para fugir da tentação da comida. Essas são apenas algumas atitudes comuns em pessoas que fazem da dieta o centro da sua vida. Tudo bem que para perder peso a gente precisa se controlar e estar sempre atenta, mas quando essa preocupação ultrapassa certo limite deixa de ser algo construtivo e se transforma num tipo de stress que tem sérias consequências.
Decidir emagrecer é algo complexo do ponto de vista psicológico.
O ideal seria dar esse passo de forma tranquila, equilibrada, ciente dos quilos extras, porém convicta de que com controle alimentar, exercícios e determinação acabam com o problema. Mas quase nunca é isso o que acontece. O mais frequente é que a pessoa já inicie o controle alimentar com uma carga de sofrimento. Ela está gorda, se acha feia e coloca na dieta a solução mágica para o fim do seu suplício. Completando o quadro, geralmente, está a vontade de ficar magra rápido, seja por uma cobrança própria ou pela imposição das pessoas (namorado, pais, amigos). O resultado é fácil de prever: uma preocupação excessiva, que beira a neurose, com tudo que envolve a perda de peso.
É preciso mudar de comportamento. Essa conscientização é o alicerce básico para pôr fim ao estresse e ingressar num caminho de perda de peso saudável. É preciso identificar as causas que levam a engordar e atacar o problema adequadamente. Encontrar outras fontes de prazer, além de um corpo perfeito, também é importante. Que tal programar a viagem tão desejada, comprar roupas novas, fazer um corte de cabelo diferente, assistir a um bom filme ou visitar aquele parente que você não vê há tempos? Tudo isso levanta o astral ao mesmo tempo em que desvia a atenção da alimentação. Redescobrir todas essas fontes de felicidade melhora a autoestima. Afinal, você está investindo em si própria, e faz com que venham à tona forças escondidas que ajudam a fazer a dieta de um jeito equilibrado, como mais uma coisa na vida – e não o centro dela.
Camila Mareze – Psicóloga cognitivo-comportamental especializada em Transtornos Alimentares e Obesidade – www.psicobesidade.com.br
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