O ser humano, apesar da sua imensa vaidade, é a espécie mais controvertida entre toda a Criação. Os animais, dito irracionais, vivem naturalmente de acordo com suas respectivas espécies, sem ser atingidas por essa praga denominada vaidade. Nunca se viu, por exemplo, um tigre branco caminhar com o “nariz em pé” entre os tigres rajados, exibindo-se como se fora superior aos “normais”.
Entre nós, todavia, toda e qualquer diferença, por mais insignificante que seja, é motivo para elevar o nosso pobre status humano a alturas astronômicas.
O leitor já deve ter observado o fato, porém como vivemos sempre com a “cabeça no ar”, raramente nos ligamos ao que se passa ao nosso redor. Assim é que quando se almoça num restaurante popular a disposição dos lugares não é individual, a fim de aproveitar racionalmente o espaço de forma a conter o maior número de comensais, sem todavia eliminar o conforto individual. Nessas condições é normal haver mais de um lugar, em determinado tipo de mesa, podendo acomodar várias pessoas, simultaneamente.
Para compreender o que significa “Todos juntos à mesa” precisamos prestar atenção ao itinerário das pessoas que, de bandeja na mão, caminham em busca de lugar. Acompanho-as; há sempre vagas aqui e ali, e raramente há uma mesa totalmente vaga, como seria o desejo de todos, para EVITAR, O MÁXIMO POSSÍVEL, SENTAR-SE AO LADO DE OUTRAS PESSOAS QUE JÁ ESTÃO À MESA!!! Eis, caro leitor, um dos grandes segredos dos “seres mais inteligentes do planeta”; (desculpem-me as aspas, porém são necessárias). Não se sabe o porquê de mais esse preconceito. Já criamos e alimentamos tantos. Não sabemos exatamente se a causa lhes passa despercebida, se o fazem para se isolar, ou se há um mecanismo atávico inconsciente que alimenta esse atraso, enfim, perdem a oportunidade de conviver, ainda que por poucos momentos, com pessoas simples, evitando romper esse fugaz momento de fraternidade. A vida, se encarada como um simples quebra-cabeça é relativamente fácil de ser entendida: nenhum se completará se faltar uma única peça por menor que seja.
Em resumo: sentem-se ao lado de pessoas simples, peçam-lhes licença, notará que elas se mostrarão simpáticas e o receberão com boa vontade. Não faça por fazer, com a habitual hipocrisia, valorize seu ato, fazendo-o com boa vontade, disso resultará um almoço gostoso e feliz, afinal, você terá almoçado em família!
Luiz Santantonio
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