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SONHOS SÃO APENAS… SONHOS…

fevereiro-2017-editorial

Sonhos são apenas sonhos, e criam esperanças vazias, porém, com um potencial que nos induz a relegar a realidade a um plano secundário. Não sabemos exatamente como esse desvio arraigou-se em nossa civilização, a ponto de muitas pessoas afeiçoarem-se a ele de tal modo que sua vida tornou-se uma perigosa dicotomia oscilante entre sonho e realidade. Essa ansiedade em busca de meios imateriais como forma de vencer situações difíceis que a vida nos apresenta tornou-se o caminho no qual nos assentamos para viver o amanhã, apesar de saber, claramente, que os sonhos são como nuvens que fogem, esfumando-se no éter, sem nos dar nada.
Esse é um dos grandes mistérios que precisamos estudar agora, nesse princípio de ano, época em que nos agarramos aos sonhos com a esperança de que eles encontrarão as respostas necessárias; aquelas que representam as habituais promessas de ano novo.
Mais depressa do que imaginamos, o novo ano se intromete na vida real. É hora de começar a pôr em prática nossas promessas de ano novo. Quais promessas? Quem se lembra de alguma? Ninguém se lembra nem a menos de ter feito alguma. É dessa maneira que vivemos: a pergunta é: se sabe que precisa realizar mudanças para o ano seguinte, e faz um monte de promessas para esse fim, como se justifica que no momento em que deveria começar a aplicá-las você, simplesmente, resolve o problema, despejando algo incompreensível como: eu me esqueci! Por que se esqueceu? A resposta é simples: esqueceu-se porque suas promessas estavam assentadas em sonhos, cuja realização, a bem da verdade, não dependia de nenhum esforço especial de sua parte, uma vez que neles tudo se realiza por obra e graça de algo misterioso e inexplicável. Uma hora ou outra, todavia, a pessoa cai em si e, por certo, sofrerá muito por ter tentado ludibriar sua própria verdade, então terá que, a duras penas, enfrentar, corajosamente, o seu eu, percorrendo a alma com o desejo de encontrar o que, realmente, necessita realizar em sua vida. Sim, todos sabemos que polir nossos sentimentos é trabalhoso, mas nessa altura não mais usaremos o subterfúgio de culpar o destino (ou até mesmo Deus) pelos nossos problemas. Nossa hombridade se imporá e refutará todas as desculpas anteriores, permitindo que caminhemos no novo ano mais leves e decididos a enfrentar a realidade totalmente despertos.
Leitor amigo: Ponha em prática suas promessas, e… feliz 2017!

Luiz Santantonio
santantonio26@gmail.com