A equoterapia é um método terapêutico que utiliza o movimento do cavalo para reabilitar pessoas com deficiências físicas, motoras, ou mentais, como distrofias, esclerose múltipla, paralisia cerebral, autismo, AVC (Acidente Vascular Cerebral), entre outros.
Reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina, desde 1997, a equoterapia é considerada, hoje, um dos tratamentos mais eficazes, destinados a pessoas com necessidades especiais. São aulas diferentes das tradicionais, em cima de um cavalo, supervisionadas por instrutores de equitação e potencializadas por profissionais de diversas áreas, que estimulam os exercícios de forma, totalmente, lúdica.
Um de seus programas chama-se “Hippoterapia”, no qual o movimento tridimensional que o cavalo gera ao passo é usado como agente terapêutico, no processo de reabilitação física por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos.
Há, ainda, os programas “Educação/Reeducação”, quando psicólogos e psicopedagogos trabalham com dificuldades comportamentais, ou de aprendizado, o “Pré-esportivo”, em que o paciente tem uma ação mais intensa e exerce maior influência sobre o animal, podendo praticar pequenos exercícios programados pela equipe e o “Hipismo Adaptado”, quando o praticante é conduzido à prática esportiva adaptada.
A cada passo do animal a pessoa movimenta-se para a direita e para a esquerda, para cima e para baixo, para frente e para trás, tudo ao mesmo tempo. É uma atividade que exercita o corpo inteiro, contribuindo para o desenvolvimento da força, tônus muscular, flexibilidade, relaxamento, conscientização do próprio corpo, aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio, além do desenvolvimento na linguagem. Segundo especialistas, a cada aula, em média, de 30 minutos, o aluno recebe cerca de 2 mil novos estímulos cerebrais, que são enviados ao sistema nervoso central. Lá, ocorrem as sinapses e a formação de novas células nervosas, provocando, após alguns meses, uma mudança em toda sua arquitetura cerebral. O tratamento por meio da equoterapia tem duração mínima de um ano.
Crianças com dificuldades de aprendizagem, de socialização e de concentração melhoram muito com esse tipo de terapia, pois o método traz bons resultados, também, no aumento da autoestima, autoconfiança, qualidade de vida e sociabilização. Mas, é importante ressaltar a necessidade da presença de um médico responsável para fazer uma avaliação rigorosa na criança, já que há contraindicação nos casos de epilepsia, luxação de quadril, doenças degenerativas, osteoporose grave, etc.
De acordo com a Associação Nacional de Equoterapia (ANDE Brasil), há 209 centros espalhados pelo País, onde já foram atendidos mais de 60 mil pacientes. Até há pouco tempo, quem necessitasse desse tipo de recurso terapêutico tinha de recorrer, obrigatoriamente, a serviços privados, o que fazia com que muitas pessoas, devido ao alto custo do tratamento, substituíssem a equoterapia por outras alternativas mais baratas e menos eficazes.
Felizmente, hoje existem organizações, sem fins lucrativos, que oferecem, gratuitamente, esse tipo de tratamento para a população — embora a fila de espera ainda seja um fator que dificulta um pouco o acesso. O site da ANDE www.equoterapia.org.br informa onde achar o tratamento, em diversos locais do País.
* Maria Cristina Basile Palermo é psicopedagoga e semanalmente escreve no Blog Educação e Hipismo, contando como uniu a psicopedagogia e o amor pelo hipismo na criação das filhas.
Confira: www.educacaoehipismo.com.br
Fernanda Campos – fernanda@prologoestrategia.com.br
MAIS MATÉRIAS
Revistas Em Condomínios | PABX: (11) 5032-0105