Estamos acostumados a premiar as pessoas que, de uma forma ou de outra, demonstram arrojo excepcional diante das mais diferentes conjunturas que a vida apresenta: guerras, hecatombes, conflitos sociais, acidentes; enfim, o que não falta ao mundo é a presença de situações dramáticas que exijam sacrifícios de todos e a temeridade de alguns, em cujo clima se forjam os heróis. Contudo é conveniente nos lembrar de que a vida é um imenso quebra-cabeça que deve ser montado peça por peça, da maior à menor; todas devem ser valorizadas, sendo impossível realizar a tarefa deixando-se algumas de fora apenas por nos parecer insignificantes. Será que é justo considerar um simples catador de papéis (entre outros casos semelhantes) como uma peça do nosso quebra-cabeça, ou quem sabe (na cabeça do escrevinhador) um dos heróis anônimos??? Caso o leitor tenha pensado dessa maneira, adivinhou, ainda porque não se pode apresentar um quebra-cabeça como resolvido caso apresente a falta de uma “inocente” e pequenina peça. Esse é para mim, o quadro ideal que deveria representar a verdadeira sociedade humana; uma compreensão “século 21”, esclarecida a ponto de não considerar heróis apenas os que viveram situações dramáticas, (cujo valor não se nega) mas sim, todo e qualquer ser vivente, porque todos, independentemente de sua posição social fazem parte da humanidade, e como tais, (a vida é complicada, né?) devem comportar-se como verdadeiros heróis, sem qualquer análise quanto à posição da sua peça em relação ao quebra-cabeça da vida; pequena ou grande, o valor é o mesmo para todos, sem exceção.
Aí está, amigo leitor, uma tentativa modesta de desmistificar o que seja um herói. Se buscarmos, com honestidade, não haverá medalhas que cheguem; prepare o peito, pois a sua está a caminho!
Luiz Santantonio
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