Peço ao leitor que não se assuste, porque esse desejo – principalmente em nosso País, é recorrente. Há muita gente que está cansada de viver num País onde não se vislumbra nada no horizonte: o futuro, pelo que o presente nos mostra, será uma inexplicável idade média, em pleno século 21. Esse é um dos lados da moeda; existe outro, que fazemos questão de ignorar: o desejo de fugir de nós mesmos. É importante antes de qualquer resquício de precipitação fazer uma viagem ao interior de nosso espírito (ou alma como queira), pois é lá que palpita nossa verdadeira vida. Logo, conseguir essa fuga não passa de um sonho e como todos os sonhos se desvanece quando acordamos. Então, como conseguiremos uma nova vida, já que nos é impossível fugir da que vivemos?
Depois dessas considerações iniciais, vamos partir para outras, que nos dirão – com alguma segurança – como nos comportamos e como deveríamos nos comportar diante dessa quase patológica vontade de fugir. Perguntemos (antes de fazer as malas para o desconhecido): mesmo sabendo dos perigos que eu e minha família estamos correndo, vale a pena arriscar só para “me ver livre deste País”? Pelo que se tem visto, parece que ninguém se dá conta que mesmo não tendo permissão do País onde pretendo viver (cujas leis, cada vez mais severas contra imigração ilegal) estou disposto, alicerçado apenas num sonho irrealizável a me lançar numa aventura que pode significar um longo período de provações cujo resultado, embora imprevisível é mais ou menos esperado? Nesse trecho estou abordando apenas o lado físico da situação; vamos abordar agora o lado oculto dessa história, ou seja, o lado espiritual, que a nossa ignorância insiste em mantê-lo oculto, como se não existisse. É esse lado oculto que fazemos de conta que não existe, que sofre as consequências de nossas más escolhas; essas escolhas – é fundamental não se esquecer- são as causas que carrearão para a nossa vida todos os efeitos – certos ou errados – de todas as ilusões e mitos que resolvemos incorporar ao nosso dia a dia. Em resumo: não adianta berrar desesperados para que nos abram os portões, antes de examinar com cuidado do que estamos fugindo; se é do nosso País, ou de nós mesmos!
Carpe diem!
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