Sempre que pensamos em mudar nossa vida interior – para melhor, é claro – o dedo indicador corre velozmente à procura dos culpados pelo nosso estado atual (sim porque é impossível que a culpa de tanta besteira seja nossa). Sejamos francos; com um pouco de boa vontade (e humildade, também) descobriremos que não somos únicos entre os demais; a verdade é que fazemos parte integrante dessa multidão de seres humanos; e logicamente temos em comum suas qualidades e defeitos; portanto, é inútil apontar nosso indicador em direção a algum inocente no sentido de responsabilizá-lo por nossos erros. Sinto muito leitor, essas palavras talvez lhe pareçam chocantes, porém, são a pura verdade. Tudo isso ocorre apenas porque inexplicavelmente escolhemos viver longe do mundo real; gostamos de viver ocultos pela nossa imensa coleção de máscaras; descobrimos que em nosso mundo é mais cômodo viver nas sombras, fabricando personalidades do que fazê-lo à luz clara do dia.
Penso, leitor, que já é mais do que tempo de encararmos com seriedade essa tão decantada vontade de mudar o mundo, que até agora só é tentada à custa da proliferação da violência, nunca colocando nossa própria vida entre o que deve ser mudado, não apenas apelando para os outros.
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