Essa é a minha pergunta ao entrarmos no oitavo mês do nosso confinamento (para muitos, simplesmente, prisão). A história é repleta de situações adversas, extremas e, aparentemente, fatais. No entanto, a vida segue…
Acredito firmemente no poder de renovação da humanidade pelo enfrentamento corajoso das situações. Encaro a vida com otimismo, sempre com a certeza de que no fim tudo dará certo. Em relação a essa pandemia o meu pressentimento não mudou; imaginei que o comportamento da população aproveitaria o confinamento para reformular seus sentimentos em relação à família, ao casamento, a tudo. O que vejo na realidade é o oposto: mais violência, mais egoísmo, mais desamor. É evidente, que o leitor, sagaz como é, se pergunte: afinal nós, seres inteligentes, “reis do universo”, precisávamos nos valer de uma pandemia devastadora como a que estamos enfrentando, para colocar um pouco de sanidade em nossa conduta, fragilizada pelo materialismo doentio de que somos fiéis seguidores? Vergonhosamente, nosso barco navega confiante nos mares do shopping, relegando a plano secundário a realidade que nossa vida representa. Nossa pobreza espiritual afirma que pandemia (assim como outras desgraças que nos atingem) seria “castigo de Deus como punição pelos nossos pecados”. Aqui cabe um lembrete: estamos no século 21! Porém, somos peritos em culpar alguém (até mesmo o próprio Deus) pelos infortúnios da humanidade. Os responsáveis por tudo, de bom e de mau, somos nós mesmos! Basta olhar como é imensa a nossa gana de destruir: rios, mares, florestas. Será Deus o responsável pela destruição da camada de ozônio, que gradativamente vai sufocando essa humanidade insaciável para acumular cada vez mais dinheiro, mesmo que com isso se crie mais pobreza, mais doenças, mais infelicidade? Por outro lado, tenho observado algumas famílias adotando uma mudança, saudável em direção a um convívio fraterno e mais verdadeiro. Isto fortalece meu otimismo e comprova como nós humanos, somos poderosos em nos reinventar!!
Luiz Santantonio
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