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NÓS, E O TEMPO…

editorial-maio-21

Pois é, caro leitor, escrevo crônicas há mais de 50 anos e confesso, nunca me faltaram ideias. Neste mês, porém, acredito, que o clima confuso da pandemia me deixou um tanto perdido. Estamos no mundo, vivos ainda, então temos que buscar força e continuar. Antes da pandemia, atados à nossa vida corrida, usávamos, muitas vezes até como desculpa, a expressão: estou sem tempo; ocupado, tendo como bússola, “tempo é dinheiro”. Agora, o isolamento nos impôs uma mudança de vida: o que fazer com o nosso tempo? E com nossa vida? Não há mais necessidade de utilizar a desculpa da “falta de tempo “pois tempo é que não falta. Mal-acostumados com a maneira vazia que vivemos, no primeiro momento nos sentimos perdidos, pela simples razão de não fazer a pergunta mais importante: e agora como vou viver? Temporariamente afastados do mundo materializado nos sentimos perdidos, pelo contrário!!! É o momento do “SENTE E PENSE”. Hora de buscar soluções, não os habituais, externas ao nosso alcance pelo simples apertar de um botão; não, não é essa solução que precisamos. Agora, é visitando nosso verdadeiro lar, no interior de nossa alma que buscaremos o caminho para a verdadeira vida; para isso teremos que fazer perguntas que nunca nos ocorreram: Qual é o meu propósito? Quem sou eu? Por que preciso de uma mentira para ir sobrevivendo entre as pessoas, não importa se são desconhecidas ou mesmo da família?
Com esse novo conceito de tempo encaminhando nossos sentimentos por um novo rumo, estaremos seguramente seguindo por uma trilha de progresso espiritual de forma que condiga com a nossa condição de seres humanos inteligentes. Chegou o tempo em que até a inimiga pandemia, talvez com pena da nossa profunda ignorância, nos convida a mudar; qualquer mudança, todavia, só ocorrerá se abandonarmos de boa vontade as ilusões materiais que nos tem precipitado ao abismo social e colocarmos em seu lugar sentimentos de amor e simplicidade, sem o uso de máscaras (não as de proteção biológica) e sim, as espirituais, que nos desfiguram e nos tem conduzido a esta tragédia sanitária, alimentada pelo desamor.
Conclusão: O famoso filósofo Eurípedes legou-nos o seguinte conceito do tempo: O tempo nada esconde, é falador. Fala até quando nada se pergunta.

Luiz Santantonio
santantonio26@gmail.com