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Pensamento

maio-2015-editorial

“DE TANTO VER PROSPERAR A DESONRA, DE TANTO VER CRESCER A INJUSTIÇA, DE TANTO VER AGIGANTAREM-SE OS PODERES NAS MÃOS DOS MAUS, O HOMEM CHEGA A DESANIMAR-SE DA VIRTUDE, A RIR-SE DA HONRA E A TER VERGONHA DE SER HONESTO”
Esse pensamento, do insigne Rui Barbosa, legado a nós brasileiros, no século passado, parece ter sido pronunciado nos dias de hoje, tendo em vista a sua atualidade, ou seja, os anos passam e a conduta do povo cresce em sentido inverso ao que se convencionou chamar de progresso. Sem paz não se vive, e, sem fraternidade, jamais haverá paz. Então, como a humanidade consegue sobreviver nessa eterna contradição? Para ter uma ideia, convém analisar tanto o microcosmo como o macrocosmo.
Todos, sem exceção, desejam viver em paz; para não ir muito longe, analisemos como as pessoas que vivem no que se convencionou chamar a família de “célula máter da sociedade”.  Se os grupos que constituem a base da sociedade são os que menos exercitam o amor, que esperar do restante?  Eis aí uma pequena amostra do microcosmo, para nossa vergonha.
A conduta das pessoas e dos povos segue de forma idêntica: veja-se, por exemplo, a expansão vergonhosa da corrupção nos meios políticos. Eles, os políticos, (a vergonhosa maioria) dissipa fortunas, normalmente, obtidas por meios desonestos, para se eleger. A pergunta é: qual a razão de um cidadão se eleger para um cargo político? Trabalhar para seus eleitores, ou seja, cada eleito é devedor de trabalho para uma parcela de povo, assim, juntando-se toda a comunidade eleita, formar-se-ia uma força política para todo o eleitorado. Verdade? Antes fosse! O político (a velha e irritante repetição: salvo honrosas exceções) se candidata não para ser representante do povo, mas sim, PARA SER REPRESENTANTE DE SEUS INTERESSES PARTICULARES, e, comete esses crimes – que já deveriam ser caracterizados como de lesa-pátria – sem se abalar, como se essa conduta nefasta fosse a mais natural do mundo. Essa orgia ocorre em todo o mundo, sem que se encontre um caminho para eliminá-la. Como construir a paz sem honestidade?
E o que dizer da relação entre as nações?  Séculos se passam, conferências se organizam, guerras sucessivas, acordos de paz se repetem, e… continua tudo na mesma; melhor, as coisas estão cada vez mais difíceis, ou seja, os humanos, todos iguais, se estranham, perigosamente. Há momentos, leitor, em que nossa esperança de dias melhores se esvai. Por fim, não devemos nos esquecer do crime, cometido contra a natureza. Ele define bem o grau de ignorância da humanidade, pois simboliza o absurdo de alguém esfaquear-se, repetidamente, sem imaginar que tal ação, fatalmente, o levará à morte.
Caso o leitor, com um pouco de análise e paciência, somar o micro ao macrocosmo, verá que a espécie humana, tão ciosa de sua superioridade, ainda não se compara em sabedoria aos seres ditos inferiores porque desprovidos de raciocínio.  Por fim, amigo leitor, confio, plenamente, que de mãos dadas, reescreveremos o pensamento do grande Rui: “DE TANTO VER TRIUNFAR A HONRADEZ, DE TANTO VER PROSPERAR A OMBRIEDADE, DE TANTO VER CRESCER A JUSTIÇA, DE TANTO VER AGIGANTAR-SE O PODER NAS MÃOS DOS HONESTOS, O HOMEM SE ORGULHA DE PERTENCER À ESPÉCIE HUMANA”

Luiz Santantonio
santantonio26@gmail.com