Nós vivemos de tal sorte distraídos, que nunca pensamos de que forma estamos conduzindo nossa vida, por isso faço a pergunta: afinal, estamos vivendo ou apenas vegetando? Será que nossa maneira de viver permite a existência dessa dúvida? Antes de qualquer coisa, pergunto: nós já conseguimos vislumbrar o que significa estar no mundo com a possibilidade de conhecer “ao vivo” toda a grandiosa obra da criação? De usufruir tudo o que existe para crescer, para nos tornar criaturas evoluídas, bem além desse conhecimento pequenino que nos condiciona a nascer, viver e morrer? Pois bem, nossa trajetória, tendo em vista esse enfoque deveria nos impedir de nos acomodar depois de um certo tempo de vida; por exemplo: por que nos ensinam que a pessoa depois de uma certa idade, deve acomodar-se na poltrona e deixar a vida ativa para os outros? Qual a razão de permitir que a vida perca o brilho somente porque a idade avançou?
Quando se fala em morrer, todos se assustam, e evitam essa palavra, esquecendo-se de que a chamada morte é algo tão natural quanto à vida; no assunto que estamos tratando, o afastamento da vida ativa para a vida vegetativa é o mesmo que sair da vida para uma espécie de morte. Qual a razão dessa fuga? O leitor moderno anda, sem dúvida, bastante atordoado com as notícias de jovens que optam pelo suicídio motivados por novidades inventadas através da Internet. Ninguém entende, nem pais, nem educadores, nem profissionais da saúde; trata-se de mais um passo em direção ao nada, ao vazio total. A bem da verdade os mais maduros já não sabem o que satisfará a juventude do futuro; atualmente tudo se mostra inútil: família, religião, escola. Os mais idosos, para continuar vivendo sem a tentação de vegetar, é crer que a inteligência Divina tem planos para a recuperação da humanidade; aliás, o problema não é bem recuperação, e sim, amadurecimento, evolução; amadurecer e evoluir é o caminho que todos nós devemos seguir, afastando-nos com firmeza de qualquer tentação de amolecimento diante de tantas situações contraditórias a que estamos sujeitos.
O problema não é apenas físico: o passar dos anos, por certo, nos impedirão de viver com a mesma velocidade do passado; porém, nada tem a ver com a parte espiritual, para a qual a idade não conta, desde que deixemos de crer nos mitos da imaginação humana, que cria caminhos inexistentes, que apesar de falsos transformaram-se pelo uso, em “verdades”. A vida é preciosa e não deve ser medida pelo tempo material; somos criaturas espirituais e devemos vivê-la, portanto, de acordo com nossa natureza. …E antes que a nova lei de aposentadoria seja aprovada, aproveite e aposente sua poltrona!
Luiz Santantonio
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