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Alma perfumada

dezembro-2017-editorial

O que seria, afinal, uma alma perfumada? Poderia ser, apenas, uma ideia relacionada com poesia? Sim, poderia, porém não é esse o meu objetivo. Alma perfumada (encobre uma metáfora – qual?) Vamos adiante. Como amante da natureza, acredito que todos os seres, até mesmo os vegetais, sejam dotados de algum tipo de alma. No mundo atual, vergonhosamente materializado, a palavra “alma” soa rançosa, tal o nosso distanciamento de uma vida espiritualizada. De minha parte quanto mais tenho contato com as flores, mais e mais me convenço de que elas nos servem de exemplo de vida. Antes, porém, de expor minha teoria vou contar-lhes como essa ideia germinou: dia desses assisti a um programa sobre flores; não preciso dizer o quanto me impressionou presenciar o desabrochar dos mais diferentes exemplares; a filmagem, atualmente dotada de técnicas quase mágicas, acompanhava a abertura dos espécimes deixando o espectador praticamente embebecido com tamanha beleza; assistia-se ao processo passo a passo, só acreditando em tanto requinte porque estava diante de nossos olhos. Essas maravilhas não serviram apenas para me deslumbrar diante da mestria da natureza; elas me conduziram além. Seguindo um rumo um tanto diferente do habitual, resolvi comparar a vida das flores com a nossa, embora com vantagem para elas porque a natureza cumpre com perfeição com o que lhe dita cada espécie e nós (os sabidos, inteligentes, gênios, etc.) somos incapazes de fazê-lo. Nossas qualidades têm sido usadas em desacordo com a real necessidade de nossa espécie; somos criaturas espirituais e nos comportamos como meras criaturas materiais. Como sonhar então em desabrochar com a mesma beleza das flores? Como imaginar que nossa alma possa exalar o verdadeiro perfume espiritual? Neste exemplo utilizei-me de flores assim como poderia fazê-lo com qualquer espécie que habita nosso planeta; não importa para que lado nossos olhos mirem a natureza; ali fatalmente encontraremos perfeição, fato que nos força sempre a recorrer para a mesma pergunta inoportuna: o que estamos realizando com a fartura espiritual de que somos dotados? A resposta é simples: voltar humildemente à natureza, procurar compreender sua perfeição e aplicá-la em nossa vida, que é carente de beleza e perfume!

 Luiz Santantonio
santantonio26@gmail.com