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Como lidar com as trincas nas edificações Parte II (Infraestrutura e superestrutura)

Podem-se classificar como infraestrutura os elementos que transferem as cargas da edificação para o solo, incluindo-se ainda nestes casos os taludes e muros de arrimo.
As patologias mais comuns na parte da infraestrutura das edificações são aqueles recalques que produzem trincas e a ascensão capilar de águas subterrâneas. Já nos taludes encontram-se como causas de trincas os escorregamentos de solo, e também erosão do corte ou do aterro.

Essas patologias podem ser indicadas por deslocamentos das massas de terra e trincas nas paredes, mas sua correta identificação e tratamento devem ficar a cargo de especialistas em fundações (engenheiro de solos).
Quando acontecer alguns desses sintomas descritos, deve-se verificar se o processo está vivo, isto é, em movimento gerado pelo agravamento dos sintomas descritos. Quanto ao tratamento, no caso dos taludes, devem-se manter os mesmos desobstruídos e com sua superfície homogênea, sem sulcos ou rachaduras.
Nas infiltrações, por sua vez, devem ser verificados se os drenos estão desobstruídos e se existem manchas escuras ou outras áreas molhadas nas paredes que tenham contato com o solo. Nesse caso, é imprescindível restaurar as trincas e furos e fazer uma impermeabilização na região (processo que será descrito em futuro artigo).
Mas vamos falar agora da parte da superestrutura.
As estruturas de concreto, em geral, são bem construídas, mas suas principais patologias são: deformação da estrutura (identificada por trincas nas paredes); infiltração na massa de concreto por recobrimento inadequado; má qualidade do concreto; carregamento excessivo da estrutura infiltrações e por absorção de cloretos.
A identificação dessas patologias é feita de forma visual, devendo ser analisado por um consultor para confirmá-las e propor a melhor solução.
Existe ainda a infiltração nas lajes e vigas, em geral por rompimento da manta de impermeabilização ou pelo desgaste da mesma (envelhecimento), que é mais comum nos prédios antigos.
A solução paliativa de se colocar calhas ou bandejas nessas áreas deve ter um tempo muito pequeno de uso, já que não resolvem o problema maior, podendo causar a queda de parte da estrutura, pois o ferro está ali para absorver os efeitos da tração que não são absorvidos pelo concreto.
Há também as movimentações das lajes por retração e dilatação térmicas, causadas pela exposição ao sol, chuvas e frio. Elas são mais comuns na laje do térreo e cobertura dos edifícios, causando trincas nas paredes. Essas trincas aparecem no topo da parede abaixo da viga e nos cantos superiores das coberturas.
Além do problema estético que gera ao ambiente, essas ocorrências revelam também a existência de infiltração em geral por capilaridade. A solução mais indicada ao caso é a de tratamento para as mesmas e repintura.
Roberto Boscarriol Jr.
Graduado em Engenharia pelo Instituto Mauá de Tecnologia. Formado em 1972, atua desde essa época na área da Construção Civil, tendo construído um milhão de metros quadrados nas áreas industriais, comerciais, escolares e residenciais, acumulando grande experiência na análise de propostas e gestão de obras. No espaço de sua coluna, o articulista irá abordar os vários aspectos da manutenção necessária nos prédios, com dicas, comentários e sugestões.
Mais informações: boscarriol@pbr.com.br