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ESPIRITUALIDADE: A CHAVE MESTRA

editorial-outubro-21

Tenho me defrontado, ultimamente, com expressões iguais ou semelhantes. Parece-me “estar na moda” o uso da palavra “espiritual” como forma de modernizar o pensamento de quem escreve para jornais, revistas, tendo invadido até mesmo a mídia e a área médica especializada (psiquiatras e psicólogos). O uso dessa expressão nunca explica o “para que”. Limita-se a afirmar que “falta o espiritual”, ponto!
Todos nós. Independentemente de nossa crença estamos saturados da forma quase irracional a que a “civilização” nos obriga a viver.
O assunto deste mês, caro leitor, tendo em vista a situação que está reinando no mundo, levou-me a um patamar diferente do habitual. Estou inquieto, vivendo inconformado com a indiferença com que criaturas maravilhosas que somos pela nossa origem, nos permitimos chafurdar nesse lamaçal de materialismo grosseiro, ignorando com a nossa conduta irracional todos os requisitos fundamentais que a vida social (sim, essa do nosso dia a dia) exige. Ora, se a conversa flui com excessiva frequência em torno desse vocábulo, por que não pesquisar seu verdadeiro significado, a fim de nos aproximar mais e mais de todas as riquezas que a nossa espécie é portadora? De tal forma temos nos afastado do que é espiritual (legítimo) que nos limitamos a repetir a palavra mecanicamente apenas para dar a entender que somos modernos. Lamentavelmente leitor, a grande verdade é que nos sentimos perdidos, sem nenhuma satisfação com as invenções proporcionadas pelo mundo material. Tudo é cansativo, porque se repete monotonamente sem ocupar nenhum espaço no interior de nosso espírito, daí, quase inconscientemente, “descobrimos” algo aparentemente novo para nos motivar, o termo “espiritual”. A grande verdade, é que mesmo sem uma análise mais acurada, o que está nos faltando é exatamente o que mais precisamos, que é a presença constante de uma vida espiritual. Quando o problema sai do lado teórico e passa a tomar corpo, estaremos frente a frente com a realidade. Analisar a situação com calma nos levará, creio, a uma conclusão, conclusão essa que agradará a alguns, mas, com certeza, não a todos, fato absolutamente normal. Para isso é mister que analisemos como a espiritualidade vem sendo compreendida ao longo do tempo, ainda distante do que representa para a humanidade. Atualmente com a espiritualidade obscurecida pelo materialismo, os sentimentos são sentidos grosseiramente conduzindo as criaturas pelo caminho de uma falsa espiritualidade e “presenteando-a” com esse arremedo de vida que ora conhecemos. Como se vê, a verdade verdadeira, e a espiritualidade real são, contrariamente ao que a ignorância propaga aos quatro ventos, simples de conquistar por qualquer criatura.
O mundo oferece muitos caminhos; o segredo é saber escolher. Em rigor, só o que contém espiritualidade nos levará adiante, ao que viemos buscar em nossa vida; a parte material – refiro-me à perecível – pela qual, fomos seduzidos perdidamente, permanecerá onde foi gerada, no mundo material!
A espiritualidade tem muito aspectos, cuja amplitude é tão vasta que não pode ser resumida numa simples crônica. Toda caminhada começa invariavelmente no primeiro passo, que simplesmente se resume em descobrir o quanto os outros são importantes. Aí está o grande significado da espiritualidade; reconhecer no outro, apenas um igual; acredito que isso não exija nenhuma condição especial apenas amor fraternal.
Espiritualidade: chave mestra que abre todas as portas do bem!

Luiz Santantonio
santantonio26@gmail.com