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JE SUIS CHARLIE OU JE SUIS FRÈRE?

editorial-marco-2015

Nossos leitores por certo já devem estar cansados da expressão “Je suis Charlie”, motivada pelo bárbaro assassínio de vários jornalistas franceses no mês de janeiro p.p., e repetida, à exaustão por todos os meios de informação do planeta. E perguntarão: qual o significado do título da crônica? Calma, logo chegaremos lá!
A maioria das nações, ferida pela frieza com que os assassinos agiram, saiu a campo e milhões de pessoas, reuniram-se para protestar, portando, (como símbolos de uma imprensa livre), além de lápis e canetas, cartazes em que se lia: “Je suis Charlie”, a pretexto de homenagear, tanto o jornal responsável pelas críticas julgadas ofensivas, quanto os jornalistas assassinados. Essa é, em resumo a história desse dia negro para a humanidade. É importante, contudo, ao enveredar por assunto tão espinhoso, apresentar o lado subjacente dos reais sentimentos da massa humana que reuniu, pela primeira vez, representantes de, praticamente, todas as nações do globo, sugerindo aquela tão sonhada utopia da igualdade entre todos; lamentavelmente, apesar da grandiosidade do evento, algo indispensável faltou.
Você reparou, que apesar dos milhões presentes ao protesto, nenhuma facção (não vi ali nenhum grupo religioso, ou pessoas ligadas ao auxílio humanitário) apresentar um cartaz com o dizeres,” Je suis frère”( eu sou irmão). Note-se que todos os protestos carregavam em seu bojo, de forma clara e determinada, caráter, meramente, vingativo, ou seja, “quem com o ferro fere…” Não há entre sábios, filósofos, religiosos, quem não ignore que utilizar a violência para combater a violência é o mesmo que tentar apagar o fogo com sucessivos jatos de gasolina? Quando ouço o ingênuo ser humano vangloriar-se da evolução da humanidade, confundindo a possibilidade de trocar suas bugigangas “velhas” por novas, sem analisar o que, realmente, significa evolução, sinto um abalo interior que me incita (erradamente) a repetir que “tudo está perdido”! Analise, leitor amigo: Como é possível imaginar que nessa reunião que “uniu” milhões de seres humanos, em busca de uma solução para o problema do terrorismo, não houvesse uma única voz que se destacasse para afirmar a plenos pulmões: JE SUIS FRÈRE!
CONCLUSÃO: enquanto permanecer o atávico “Si vis pacem para bellum” (Se queres a paz prepara a guerra) continuaremos caminhando de mãos dadas para o pior. Esse é o quadro da nossa evolução, se é que podemos utilizar a palavra “evolução” diante do atual estágio espiritual da humanidade. Quando alcançarmos a fraternidade vivida e exemplificada poderemos implantar a paz, sem a abominável e repetitiva presença de qualquer tipo de violência. A conquista suprema do homem, ensinada por todas as religiões, resume-se na simplicidade da “Lei Áurea”, que “mutatis mutandi” nada mais é que o clássico: “ama teu próximo como a ti mesmo”.

Luiz Santantonio
santantonio26@gmail.com