Nossa família é base de nosso crescimento e do desenvolvimento de valores. No núcleo familiar, desde pequenos, vivenciamos um pouco de tudo: crenças, costumes, linguagem, forma de agir e muito mais.
“ Transgeracionalidade é uma noção definida como a transmissão de valores, de padrões de comportamento que passam de geração em geração. Em outras palavras, podemos pensar na ideia, também popular, – vem do berço” segundo a Doutora em Psicologia Social Marta Bellini.
Herdamos não só a aparência física, o DNA, mas também os laços de família.
Família entendida como um grupo de pessoas com laços afetivos fortes e que convivem. O que move esse grupo é o laço de união, amor e afeição. Neste grupo sabemos que temos histórias em comum, acolhimento, raiz.
Eu por exemplo, venho de uma família de ascendência italiana, romana para ser mais precisa. Dentro dos encontros e rotinas familiares situações como sentar à mesa de jantar, todos juntos, saborear a sopa (com o ovo estalado dentro), fazer jogral, ou coral, nas comemorações como o Natal, rezar em italiano para uma determinada santa, como meus avós faziam, tudo isso, faz parte de nossa rotina de convivência e de rituais familiares de passagem. Nesta convivência está nosso laço mais profundo e a sensação de pertencer a algo comum. É a nossa experiência mais funda! As nossas primeiras descobertas aconteceram neste grupo. Quando adultos muitas vezes repetiremos padrões deste primeiro aprendizado.
Assim, como são passadas as tradições que nos orgulham, também outras histórias são transmitidas e, muitas vezes, não tão positivas. É um legado rico, positivo e negativo que por vezes, inconscientemente, influenciam nossas decisões de vida.
Conhecer os problemas da família, a herança psicológica, ajuda a nos conhecer, a poupar sofrimento e a compreender os membros do grupo. Desta forma é possível construir outras experiências positivas que serão passadas adiante.
Há um mês reencontrei primos que não convivia, há mais de vinte anos. Bastou uma hora de conversa para zerar a lacuna do tempo que havia entre o nosso último encontro. A sensação era que tínhamos nos visto na véspera. Houve um reconhecimento de afinidades, valores e experiências que juntos vivemos na infância e isso foi muito prazeroso.
Como pais e cabeças de um novo grupo familiar, devemos estar atentos à herança que trazemos, assim como devemos transmitir aos novos membros, as histórias, para que construam os elos desta imensa corrente que é a vida.
Maria Angelina Franceschini Brandão
Prima Escola Montessori de São Paulo
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