Complicado ou não, como pode parecer o título desse texto, é muito simples de se entender. Começamos com a teoria do filósofo Rudolf Steiner e, a partir daí, você entenderá todo o propósito do que vamos conversar aqui.
Em “A Filosofia da Liberdade”, Steiner cita dois tipos de liberdade, interior e exterior, e me parece que nos próximos anos muitas emissoras de televisão e, consequentemente, outros canais de contato com o público sofrerão se não entenderem o significado da verdadeira liberdade.
Para ser sincero, isso vem me aborrecendo, tirando algumas horas do meu sono, pois não conseguia encontrar uma maneira de explicar o recente mercado do AGORA (em inglês, NOW), e fui me conscientizar disso tudo, quando assisti à apresentação da nova marca online da HBO, o HBO Now e sua assinatura: agora, tudo o que você precisa é internet para ter HBO (Now, all you need is the internet to get HBO).
O Now em nossas vidas, estamos nos acostumando com um mundo do gesto único, um único click, um único toque e, aos poucos, estamos sendo apresentados para o mundo do AGORA, que nada mais é que o mundo da verdadeira liberdade na transmissão, Net Now, Netflix, YouTube e muitos outros.
Voltando a Steiner, só entendemos essa liberdade na transmissão depois que percebemos que a aparência da grade regular e o que entendemos como liberdade de escolha não eram bem nossas escolhas. Claro, ainda vale a máxima de que você possui o controle remoto e pode mudar o canal, mas será que isso é liberdade ou apenas uma saída para algo que você, realmente, não queria, ou estava buscando naquele determinado momento?
O consumidor mudou completamente e aqui não falo nem de gerações, nós mudamos! Atributos se tornaram apenas um meio de garantir marcas em uma economia e mercado da montanha russa, tudo sobe e desce, hoje você é top e amanhã você é down of mind.
Além disso, acrescentamos hábitos em busca da qualidade de vida, ou de novo da liberdade, dessa vez conhecida como liberdade negativa e liberdade positiva (Isaiah Berlin, 1958). O NOW nos ensinou a aumentar a liberdade positiva, para controlar e direcionar, essa vontade de moldar nossa própria vida, buscar esse estado maduro de tomada de decisão, livre da fraqueza, ignorância e medo e continuar com a liberdade negativa, de interferência externa que impede você de fazer o que quiser, quando quiser fazê-lo. O NOW é DE e PARA e não apenas uma única liberdade!
Quem é esse Consumidor NOW? É o consumidor que busca mudar a experiência, a interação entre ele e a organização por meio de elementos conscientes e inconscientes, como as emoções. Se você tem algo para o NOW, pergunte-se:
Qual emoção estou evocando no meu consumidor?
Se não souber a resposta, você tem chão ainda para se tornar NOW.
Atrás do AGORA, o consumidor quer a liberdade plena, não se prenda apenas a liberdades vazias (atributos). A ideia é que a marca seja vista como desafiadora e provocante e traga um aspecto latente do consumidor, das suas opiniões, crenças e desejos.
O Consumidor NOW valoriza o sentimento de quem e o que eles realmente são.
Paulo Crepaldi, 34, é especialista em Neuromarketing e Situational Leadership. Atualmente é sócio e Diretor Executivo da ING Marketing & Training – empresa pioneira na implementação do conceito Behavior Designer no Brasil.
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