Na minha experiência, percebo que o que mais leva as pessoas aos consultórios são as perdas. Tal questão fica mais evidenciada em nossa cultura, que iguala perda a fracasso.
É difícil encontrar alguém que não teve uma perda importante na vida e não sofra, ou tenha sofrido, de alguma forma por causa disso. As queixas das pessoas são as mais diversas.
Freud, o pai da Psicanálise, tem um texto brilhante chamado “Luto e Melancolia” (1915), no qual fala que muitos processos depressivos, melancólicos e de tristeza estão associados à perda e a um modo de encarar erroneamente esta perda. Assim, sofremos em demasia quando estamos colados à perda, como se a perda tomasse toda a nossa identidade: “Eu me separei. Perdi meu marido e estou perdida também.”. E a esta colagem a conversa com um psicólogo, a terapia pode fazer serventia: “O que perdi com a perda do meu casamento, o que ele significava para mim?” O que se perde com a perda é a grande questão que deve ser feita em cada momento em que a pessoa acha que está perdendo.
Priscila Santos Martins – psmprimartins@hotmail.com
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