A escola começava a ter identidade social.
O esforço comum entoava o Hino da Escola, com música e letra composta, sob a orientação de alunos e professores, cada participante contribuiu com uma palavra, foi apresentado durante uma solenidade, no pátio escolar, incluindo a presença dos familiares do patrono da escola municipal. Estes presentearam, a instituição de ensino, com um aparelho completo de som, para que fizesse parte dos eventos escolares. O primeiro destes, foi a recepção da orquestra de cordas da PETROBRAS. O tapete vermelho, a Bandeira Nacional no palco, as quatrocentas cadeiras alinhadas, no pátio escolar, refletiam a emoção, indescritível, durante duas horas, de um espetáculo harmonioso, solidário e principalmente ético.
A escola era feliz! Em seguida, a comunidade escolar, formada por quarenta famílias de ÍNDIOS PANKARARUS, apresentaram um belíssimo espetáculo dançando o TORÉ, marcado pelo som de maracás, feitos de cabaças e versos das músicas cantados em português e expressões do antigo dialeto da tribo. Os alunos ,descendentes dos Pankararés, sentiram orgulho da sua raça e não medo, como muitas vezes ocorreu, ao serem discriminados. Um diploma de honra ao mérito, foi entregue aos realizadores dos espetáculos, e o registro da união, pra sempre, dos nossos corações. A música infiltrou corpo e mente daquela comunidade. Graças ao esforço comum, comunidade , escola, participaram, durante dois anos , todas as quintas feiras, de espetáculos ,na recém inaugurada Sala São Paulo, com ingressos gratuitos, cedidos pelos idealistas e responsáveis por esta tão ilustre casa de espetáculos. Toda a experiência constrói o aprendizado e enriquece para a vida toda.
Passados, muitos anos, a educação, como num tapete voador, transporta saberes, inimagináveis em curto espaço de tempo, vertendo criatividade, valorizando a importância do outro, viabilizando sonhos e ideais dentro dos reais valores de uma educação cidadão e ética.
Maria Tereza dos Santos
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