Essa locução latina significa, alguém, cansado do comportamento irracional da humanidade, elevar os braços e gritar, alto e bom som: Em que tempos vivemos! Se prestarmos atenção, pouca coisa se salva desse tsunami social em que estamos mergulhados. Nosso conceito em relação às necessidades das pessoas é muito limitado; temos pena, (quando temos) por exemplo, dessas pobres criaturas a quem designamos “sem teto”; de fato é inconcebível que num mundo que se diz evoluído, (até na lua já passeamos) vivam tantas criaturas (por acaso, nossos irmãos) abandonadas, sem um canto para abrigar-se. Quando apontamos para pessoas abandonadas, nossos olhos só conseguem olhar para as sarjetas, para favelas, pois é ali que vivem não apenas os sem teto, mas principalmente os “sem nada”. Minha preocupação, nesta época em que caminhamos no escuro é evidenciar a urgência em reconstruir os valores da família, quase esquecidos por nossa infeliz cultura. A propósito, dia destes, num consultório médico, uma moça dizia para a vizinha, “nesta época, aquela história de o filho ficar tomando conta dos pais idosos “já era”; hoje os filhos têm muito mais o que fazer”. Todos nós, se por distração nos envolvermos nos descaminhos do mundo seremos candidatos a pertencer ao grupo, porque o conceito que se tem da vida familiar é que ela é apenas fonte de problemas. Essa miopia materialista nos distancia do verdadeiro sentido de família, que apesar de oculto ainda existe; o tempo, implacável, mas justo, nos mostrará que família significa, beleza, fraternidade, amor. Além dessa brutal incompreensão há muitos que tentam justificar essa triste situação social culpando a pandemia, ignorando(ignorando?) que ela já existia e continuará existindo após a pandemia. A história se repete: somos os réus da situação; nós nos deixamos enfeitiçar pelo materialismo, esquecendo-nos de cultivar a mais nobre força propulsora do universo: o simples e singelo amor fraternal! Até quando perdurará nossa cegueira?
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