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OS TEMPOS CHEGARAM…

editorial_julho_22

Nesta fase de nossa vida repleta de angústia e insegurança, o que fazer e a quem culpar? Não sei por que durante nossa existência achamos mais cômodo culpar alguém por tudo que nos impede de ser felizes. Os milênios rolam e a resposta correta nunca aparece, pela simples razão de que temos vergonha de, apesar de saber quem é o responsável, insisti em manter o mistério. Embora eu saiba que o leitor já esteja meio cansado de me ouvir, acho importante oferecer a oportunidade de pensar um pouco além do usual. O amigo já deve ter lido algum conto de Agatha Christie e reparado com que sutileza soluciona a trama; quase sempre o responsável está oculto, inocentemente, entre os prováveis culpados. Utilizei este exemplo para afirmar, que o responsável por nossa vida não está longe, pela simples razão de que somos nós mesmos. Tenho quase certeza de que o leitor ficará surpreso, porém, o tempo exige respostas condizentes com a época em que vivemos. Possuímos (todos nós, sem exceção) um potencial interior que deveria, não fosse ignorado pelo materialismo hipnotizante e patológico, ser o verdadeiro condutor da vida. Note-se que se trata de potencial interior, portanto, nossa busca deve ser efetuada dentro do espírito, tudo, eu disse tudo, o que necessitamos. Essa proposição talvez seja, para o leitor, uma novidade, porque nós (não atino com a razão) nos afastamos a passos largos, do caminho reto que deveríamos fazer. Afirmo, com toda convicção, que “os tempos chegaram”. Já caminhamos muito; não há nenhuma justificativa para continuar ignorando quem somos e como deveríamos construir nossa vida interior, espiritual quando digo espiritual não me refiro a nada sobrenatural, e sim, à essência que habita em todos. Se olharmos a vida com atenção notaremos que esse progresso de que tanto nos ufanamos não passa de uma grande ilusão: a verdade é que “tudo está como dantes no quartel de Abrantes”, isto é, demos uma demão de tinta nos velhos hábitos e nos deixamos encantar com isso, o que revela um céu nublado, pois, debaixo da camada nova de tinta não percebemos que somos os mesmos: egoístas, acomodados etc. Essa verdade ninguém é capaz de negar. Então cabe a pergunta: Nós como seres humanos progredimos espiritualmente? Não encontro ninguém que tenha coragem de depois de se analisar interiormente, carimbe um SIM. Até quando poderemos sobreviver nessa escuridão sem perder o sono? Necessitamos de uma revisão em nossos sentimentos, pois é lá dentro e não fora que a mudança precisa ser implantada. Na mudança de sentimentos é que o pulsar do mundo revelará a claridade do amor como a força propulsora da vida. Eis, caro leitor, o quilate do amor que tanto desejo, não apenas como um sonho, mas com a verdade que nos tem escapado; temos que iluminar nosso interior, essa claridade que é apenas e simplesmente entender que devemos viver como semelhantes, como irmãos, e de mãos dadas daremos o rumo certo para um progresso verdadeiro, eficiente, que é quando todos participarem e serão beneficiados. Aproveito para deixar claro que o amor com o qual trabalho em meus textos é o amor ensinado por Jesus, o amor fraternal. Fala-se muito em amor nos filmes, nas propagandas, porém, o objetivo material está sempre presente. Falo sobre o amor totalmente desvinculado de qualquer sentido de troca ou recompensa material, e sim, aquele que nos leve à verdadeira vida, sem tanta competição, com menos ansiedade e depressão, mais paz e harmonia nos relacionamentos sociais, familiares e de trabalho, sem desprezar o conforto e o atendimento de todas as necessidades materiais inerentes à vida.

Luiz Santantonio
Santantonio26@gmail.com