Normalmente a resposta mais adequada, tendo em vista nossa vida atual seria um sonoro não! Creia, leitor, ultimamente deixei-me envolver, como a maioria, numa onda de pessimismo, levando-me a acreditar que o mundo marchava inexoravelmente para a suprema fatalidade tão em moda hoje em dia: o tal de apocalipse. Nossa espécie, todavia, – é disso que às vezes nos esquecemos – tem origem divina; esse fato deve ser sempre relembrado quando o nosso espírito se deixa levar pelos maus exemplos reinantes.
Afinal deve ter havido algo de muito importante em minha vida para que eu pudesse afirmar com veemência que ainda existe amor no mundo. Sim, houve; e como tudo o que é importante ocorreu da forma tão simples que não estivesse o meu espírito plenamente atento e o fato passaria despercebido como ocorre com quase tudo o que categorizamos de banal. Não se esqueça leitor, o quanto nosso espírito vive “no mundo da lua”, distante da vida real, apesar de viver em plena realidade. Vamos ao fato: Dia desses, como ocorre com a maioria das pessoas idosas, cai dentro de minha casa. Cai de costas e machuquei a região lombar, que me obrigou a “ficar de molho” por algum tempo. Dias depois recebi em minha casa uma cesta; dentro dela além das coisas de praxe havia um cartão com os seguintes dizeres: Nosso carinho – Célia e Maurício.
Quem são essas pessoas tão gentis? Amigos de muitos anos, pessoas muito ligadas? Não! Trata-se de um casal que conheci há pouquíssimo tempo. A verdade é que rapidamente nos tornamos amigos; criou-se uma empatia imediata(empatia é um estado de espírito no qual uma pessoa se identifica com a outra presumindo sentir o que ela está sentindo). Aí está, sem muito mistério o que ocorreu. Esse fato, se houvesse mais simplicidade e amor entre as criaturas, não deveria causar surpresa porque a fraternidade entre seres humanos precisa ser encarada com coisa normal. Esse acontecimento, creio, não seria levado a sério por quase ninguém, porque para a maioria das pessoas não o veem por esse ângulo. No meu caso, leitor, que caminho pelo mundo buscando sempre olhar as pessoas apenas como seres humanos iguais a mim, ignorando a roupagem que vestem para se apresentar perante os outros, fatos como esse que narrei têm um valor muito grande; é desse valor que a humanidade carece para encontrar a tão sonhada felicidade. Reparou o leitor que a busca da felicidade tem sido inútil, porque nada consegue nos satisfazer? Se de fato estamos evoluindo na busca da verdade de nada adianta tentar alcançar a vida ideal recorrendo, como de hábito, à próxima compra!
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