Eis aí uma triste realidade; por mais que nos revoltemos diante da proliferação dessas máquinas, nada fará que num futuro bem próximo – de acordo com as previsões – elas substituirão os humanos em muitas tarefas, até mesmo no campo médico e científico. Se por um lado isso nos entristece porque haverá perda de empregos, por outro, tendo em vista o quanto temos nos distanciado do nosso semelhante, a presença de um robô vai se tornando bem-vinda, porque a máquina nunca acorda de mau humor, é livre de preconceitos, enfim, temos que engolir nosso orgulho por optar ser atendidos por uma máquina em lugar de um ser humano. A pergunta é esta: o que esperar de uma humanidade que se deixou escravizar pelo materialismo? De uma humanidade que se afasta a passos largos de sua origem que é espiritual ?
De uma humanidade que vive perdida, sem amor, e o que é pior, sem propósito, que não sabe o que fazer da vida? Teremos que admitir que esse distanciamento entre nós seja um dos efeitos do que denominamos orgulhosamente de progresso? Ora, se é viver por viver, ou seja, se o sentido da vida se perdeu, se a nossa humanidade está se dissolvendo, não é mais garantido afastar-nos dela e buscar meios de viver com segurança entre os robôs? Não, não, e não!
A humanidade já passou por situações em que não soube dar-se o devido valor, apesar de todo o ruído feito pela política e pelas religiões. Tudo, infelizmente não chegou ao âmago do ser humano que é espiritual; ficou dançando na periferia, sem o cuidado de aprofundar-se e criar uma vida real, na qual, por exemplo, cada um de nós pudesse viver sem capas a lhes cobrir o verdadeiro sentido de seus atos e palavras; assim chegamos, tropegamente ao século vinte e um, no qual, em vez de mostrar uma humanidade verdadeiramente evoluída, vale-se de mais um engodo para encobrir suas falhas: um festival de máquinas que prometem, não apenas nos auxiliar, mas, principalmente, nos substituir.
Conclusão: admito o uso de robôs, até certo ponto, ou seja que sejam, sempre, nossos auxiliares e jamais, jamais, nossos senhores! O que me diz o leitor?
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