Muitas pessoas me dizem, a começar pelo meu esposo que vivo em outro mundo. Às vezes eu percebo que vivo mesmo.
Quando varro a calçada, as pessoas me dizem bom dia.
É comum os motoristas cederem a passagem no trânsito para mim. E param para eu atravessar na faixa.
Sinto-me querida pelas pessoas ao meu redor e é comum ter minhas vontades atendidas.
Mas nem sempre foi assim.
Há algum tempo atrás a vida me mostrou de forma muito difícil que um ciclo havia se encerrado definitivamente. Não fazia mais sentido existir daquela maneira. E aí precisei me reinventar.
Nada que eu já não sentisse: sabia que algo não ia bem, mas escolhi continuar na zona de conforto, como a maioria de nós. Para que mudar? Será que é preciso mesmo? Dá uma preguiça… Não sei por onde começar.
E foi assim, numa trombada da vida, tomando medicação forte, totalmente reclusa resolvi mergulhar dentro de mim. A pílula vermelha de um caminho sem volta.
Sabe aquelas perguntas básicas: Mas para que eu estou aqui mesmo? Vivendo desta forma? Elas vieram com toda força desde então.
Foi neste momento que eu me comprometi comigo mesma. Agora era pra valer. Ajustei a direção em caminho da minha missão de vida e dei a partida.
Terapia eu já fazia antes, mas sem compromisso comigo mesma. Depois deste acontecimento percebi que o ciclo com a terapeuta havia se encerrado e sem medo abri as antenas para captar que terapeuta ou que tipo de terapia poderia me ajudar. Apareceu. E assim veio acontecendo desde então.
Se eu encontrei minha Missão de Vida? Ainda não. Mas cada passo que dou mais me aproximo dela.
No ano passado ouvi algo muito especial de uma mestra: Que a Missão de Vida nos encontra. A gente não precisa procurar. Precisamos nos prontificar e estar com os sentidos bem abertos para percebê-la. Fica a dica!
Olhando todo o processo, posso hoje olhar com gratidão pelo que fui e com orgulho pelo que sou hoje, pois o que fui me possibilitou ser quem sou.
E sendo assim, um pouco inocente talvez, acreditando na vida, no mundo e nas pessoas o mundo tem me enganado menos do que quando eu me defendia a ferro e fogo.
Quando a gente se coloca de forma verdadeira na vida, como a gente é de verdade, com todos os nossos recursos internos e olhando para os nossos defeitos também, a gente fica sempre disponível para aprender. E quando a gente considera que a vida é um aprender diário, não existe errado. Existe daquele jeito não foi bom, da próxima vez vou fazer diferente.
Uma mestra me disse uma coisa linda uma vez, que todos nós somos crianças de Deus, aprendendo. Eu estou certa que Deus nos olha com todo amor. Talvez por isso eu olhe o mundo com amor.
Os problemas surgem sim. Temos dias que não temos vontade de levantar da cama sim, que parece não haver saída. Faz parte, estamos aqui para nos exercitar na escola da vida e viver pode ser fácil ou difícil. Uma coisa eu tenho certeza: é sempre possível olhar nossos desafios sob outro ponto de vista.
Outro dia estava conversando com a minha mãe sobre isso. Da mesma forma que exercitamos o corpo para dar conta da vida e nos permanecer saudáveis é essencial fortalecer nossa alma: ela dá força para enfrentarmos as dificuldades com mais facilidade.
Ah! Como fortalecemos a alma? Investindo em nós, em nos conhecer e observar como somos e como reagimos. Ter consciência nos convida a não repetir atos que não deram certo antes e é possível se reinventar.
Confesso que sou muito mais feliz agora. Eu sinto a vida passar por mim e me sinto livre.
Que tal embarcar num mergulho em seu autoconhecimento?
Posso lhe mostrar o caminho. Se precisar de mim estarei aqui.
Fernanda Franciulli de Araujo
Atelier a Casa e o Caminho
