Quando afirmamos que temos tudo e não somos felizes, isso indica que esse tudo não é o tudo que precisamos. Sentimos que alguma coisa não está de acordo com a nossa real necessidade, portanto vamos olhar o problema de outra forma. A felicidade não está alicerçada apenas nas coisas que possuímos (dinheiro, carros etc.). A felicidade que proporciona o bem-estar tão sonhado é composta de coisas que não se veem, que não se contam, enfim, é eminentemente espiritual. O mundo classifica as pessoas por sua posição social (rico, pobre, analfabeto, culto) e não por sua condição de seres humanos. Ao darmos preferência a classificação apenas social deixamos claro que a felicidade só é alcançável a uma parcela da humanidade. Esse é o grande engano, pois a evidência mostra que as conquistas materiais, sob as mais diferentes formas, não são a resposta certa. E por que, já saturados dessa conduta não tentamos encontrar, graças a nossa poderosa razão a resposta certa? Ou agimos assim ou desistimos da busca. Vou propor um exemplo, aproveitando a época do Natal que se aproxima. O Natal, pelo seu significado, é uma festa espiritual. Gradativamente tornou-se um evento material em que o objetivo principal são as compras, a correria em busca de algo mágico inexistente. Uma simples reunião familiar, com amigos, privilegiando a fraternidade, a boa vontade, formaria, o clima adequado a um Natal legítimo, nos aproximando daquele que veio ao mundo para nos orientar no caminho da paz e da fraternidade. É esse clima benfazejo, por ser espiritual, que nos fará sentir algo diferente, algo que tanto precisamos e do qual estamos sempre distantes. É uma fórmula simples e ao alcance de todos, pois oferece muito sem nada exigir. Note-se que esse procedimento dispensa qualquer afinidade religiosa. Eis aí, uma pequena e simples amostra de como alcançar a “distante” felicidade. Nós não afirmamos que a prática conduz à perfeição? Então, comprovemos a nós mesmos, que nada para nós é inatingível; para isso dispomos da razão que é o mecanismo que nos conduz, pelo uso correto, ao nosso verdadeiro caminho.
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