Caro leitor, embora cansado de utilizar a pandemia (sem poder abandoná-la, todavia) como tema principal de nossas crônicas, hoje resolvi utilizar-me de um ensinamento de Cícero o notável jurista romano, que afirma:
“O tempo é a pedra de toque que desbasta o erro e faz resplandecer a verdade. A atenta observação nas páginas da história nos levará a perceber que foi nos momentos de crise que a humanidade fez seus maiores avanços em campos diversos”.
Essa era, leitor, a minha perspectiva ao longo deste primeiro ano da pandemia. O que vejo, porém, com tristeza, é uma situação inexplicável: ao invés de um período de cuidados, uma mudança de vida, de compreensão, de criação de novos caminhos; deparo-me com uma população indiferente à gravidade da época. Somos insistentemente advertidos que devemos ficar em casa. E qual tem sido a resposta de uma grande maioria? Invadimos praias, lotamos bares, frequentamos baladas, enfim: Deixamos a impressão de que o conselho de médicos e autoridades não tem valor, porque o certo é “aproveitar a vida (só se vive uma vez”, afirma-se à boca pequena). Com tais premissas vamos rumando para o abismo. Em que século vivemos? Cabe nos questionar :teria esse período de pandemia poder de nos fazer perder nossa humanidade? Teria Cícero desperdiçado sua sabedoria ao afirmar “foi nos momentos de crise que a humanidade realizou seus maiores avanços? Essa tese, já comprovada, continuará nesta época, ou como temos observado, seremos pura e simplesmente derrotados por um insignificante (insignificante?) vírus? Felizmente sou um eterno otimista, e, portanto, recuso-me a entregar-me ao inimigo, porque apesar do clima derrotista que ronda nossa existência, inclino-me de coração e mente abertas, a acatar a imortal sabedoria de nosso sábio Cícero: “é nos momentos de crise que a humanidade faz seus melhores avanços”. Esse ensinamento precisa ser acolhido como um guia para que nosso espírito não esmoreça. À medida que ordenarmos os nossos sentimentos, saberemos como utilizar o materialismo com tal sabedoria que ele não mais nos desviará do caminho espiritual evolutivo que é nosso verdadeiro propósito.
Luiz Santantonio
Santantonio26@gmail.com
