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Viver e adolescer!

A adolescência é um período imprevisível e inconsistente. O período da adolescência que vai da puberdade, até mais ou menos, os dezoitos anos, é, relativamente, marcado pelos seguintes fatos:
No começo da fase, há a preocupação com as alterações físicas. No meio, há a luta com quem sou eu e a procura, fora de casa, do amor sexual. No fim do período, há um maior abrandamento da consciência, e a inclusão, como parte vital do ego ideal, de valores e compromissos, relacionados com o lugar no vasto mundo.

Essa fase nova é confusa. Os pais e a sociedade exigem uma conduta mais responsável. O relacionamento entre os pais e o adolescente, assim como o diálogo entre eles, tem uma importância considerável para uma boa adaptação do adolescente. Porém, mesmo assim, se a infância foi um período cheio de conflitos, a adolescência será uma continuidade da infância.
Alguns adolescentes não conseguem respeitar o limite do outro e também lidar com o “outro interno”. Isso passa a ser uma fonte de angústia, e as formas de resposta não são adequadas. Em vez de conseguir uma resposta a uma situação de angústia que seja elaborada, passa-se ao ato. Um exemplo é tentar exercer domínio sobre o outro, que é a relação de poder.
Reações como agressividade na vida doméstica, farras gastronômicas, ou até a promiscuidade, são tentativas de evitar a dor da separação, declarar a independência e procurar um consolo maternal para a solidão ou sensação de perda que esse período pode trazer.
Sofrem conflitos como lutar contra os impulsos e aceitá-los; livrar-se deles e ser dominado por eles; amar os pais e odiá-los; revoltar-se contra eles e depender deles; sentir-se, profundamente, envergonhado em reconhecer a mãe na frente dos amigos e, inesperadamente, desejar ter conversas íntimas com ela; esforçar-se para imitar e se identificar com outras pessoas, enquanto procura, incessantemente, a própria identidade.
A separação dos pais, a existência separada, pode, inconscientemente, significar que estão matando os pais, especialmente nos casos de pais possessivos, forma-se certo grau de sentimento de culpa pela separação.
Lamentar a infância perdida é a tarefa central da adolescência. O fim da infância deixa evidente que a pessoa responsável por nós, somos nós, e podemos nos ressentir dessa responsabilidade. O reconhecimento do fim da infância, da natureza obrigatória dos compromissos, cria uma sensação de urgência, de medo, de pânico, mas significa também encontrar a liberdade, fazer as escolhas, saber o que é e o que pode vir a ser o adulto responsável.
Por todos esses fatores, alguns adolescentes necessitam de um auxílio especializado para conseguir atravessar esse período conturbado e atingir a fase adulta, sem carregar com eles a angústia dos conflitos e transtornos não elaborados. 

Gilmara Somensari – CRP 06/49605-9 – Psicóloga Clínica / Especialista em Hipnose – Acupunturista E-mail: gsomensari@gmail.com