“Emagrecer é fácil. Complicado é manter o peso”. Essa verdade, por mais batida que seja, não se refere apenas aos hábitos alimentares incorretos, que levam uma pessoa a engordar tudo de novo depois de uma dieta. Com exatidão, essas palavras também podem ser aplicadas aos motivos emocionais que induzem alguém a comer mais do que o necessário.
Um dos motivos apontados para esse medo é a perda da imagem corporal. Quem está acostumado a ser gordo pode ter dificuldade para se reconhecer magro. Assim, à medida que emagrece, a gordinha passa a se estranhar. Ela pode até não gostar do que vê no espelho, mas, suas formas rechonchudas são suas velhas conhecidas e fazem parte de um corpo com o qual ela já está acostumada. Então, sem dar um tempo a si mesma para aprender a se ver e a apreciar essa nova silhueta,
volta a comer e engordar. O que ela perde em forma, reconquista no próprio reconhecimento. Além de ser um processo inconsciente, por trás desse comportamento aparentemente contraditório, existe uma boa dose de autoimagem negativa, o que leva, por consequência, a uma baixa autoestima.
Ao mesmo tempo que a gordura é encarada como “inimiga particular número 1”, responsável pelos insucessos amorosos ou até profissionais, ela á “sentida” inconscientemente por muitas mulheres como uma capa protetora, que tem o poder de afastá-las de maiores intimidades, em especial dos relacionamentos.
Para quebrar este círculo, tente se conhecer melhor e saber quais são as suas necessidades. Assim, você vai descobrir qual o motivo ou quais os sentimentos que a levam a ter medo de “ganhar” um novo corpo. Encare seus medos. Fingir que eles não existem não vai torná-los mais fracos ou fazê-los evaporar. Depois de reconhecidas, fica muito mais fácil lidar com as próprias emoções.
Camila Mareze – Psicóloga Cognitivo-Comportamental especializada em Transtornos Alimentares e Obesidade – www.psicobesidade.com.br
